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Eu fui o primeiro a, em nome da compreensão daquele instinto mais antigo, daquele instinto helênico ainda rico e transbordante, considerar a sério aquele fenômeno maravilhoso, que carrega o nome de Dioniso: ele só é passível de ser explicado a partir de um excedente de força. Quem segue os rastros dos gregos, como o mais profundo conhecedor de sua cultura hoje vivo, Jacob Burckhardt em Basiléia, sabe imediatamente que com isto foi dado um passo decisivo: Burckhardt inseriu em seu livro a Cultura dos Gregos um parágrafo próprio sobre o dito fenômeno. Se quisermos o contraponto, basta olhar para a quase divertida pobreza instintiva dos filólogos alemães, ao se aproximarem do dionisíaco. O célebre Lobeck sobretudo, que, com a louvável segurança de um verme ressequido por entre livros, arrastou-se até o interior deste mundo de estados misteriosos e convenceu-se de ser com isto científico, de modo que foi leviano e infantil até o nojo - Lobeck tornou possível perceber com todo o dispêndio de erudição, que o dionisíaco não possui propriamente nada em comum com todas estas curiosidades.