Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 10: Capítulo 10

Página 67
Todo indício de extenuação, de pesar, de senilidade, de cansaço, toda e qualquer espécie de ausência de liberdade, tal como o espasmo, tal como a paralisia, sobretudo o cheiro, a cor, as formas da dissolução, da decomposição, e mesmo que isto se transforme em símbolo no interior de uma última atenuação - tudo isto evoca a mesma reação, o juízo de valor "feio". Um ódio eclode neste ponto: a quem é que o homem odeia aí? Mas não há nenhuma dúvida: a decadência de seu tipo. O seu ódio emerge aí do instinto mais profundo de seu gênero; neste ódio há calafrio, cuidado, profundidade, uma certa visão à distância - ele é o ódio mais profundo que há. É por sua causa que a arte é profunda...

21.

Schopenhauer. - Para um psicólogo, Schopenhauer, o último alemão a merecer consideração (a ser um acontecimento europeu tanto quanto Goethe, quanto Hegel, quanto Heinrich Heine, e não meramente um acontecimento local, um acontecimento "nacional"), é um caso de primeira ordem: a saber, enquanto tentativa malignamente genial de trazer a campo exatamente as contra-instâncias, as grandes auto-afirmações da "vontade de vida", as formas de exuberância da vida em favor de uma depreciação total e niilista da vida. Ele interpretou, segundo uma sequência, a arte, o heroísmo, o gênio, a beleza, a grande compaixão, o conhecimento, a vontade de verdade e a tragédia enquanto consequências da "negação" ou da necessidade de negação da “vontade” - a maior fabricação de moedas falsas já vista na história; subtraindo-se o cristianismo. Considerado mais exatamente, ele não é quanto a isto mais do que o herdeiro da interpretação cristã. Com uma diferença apenas, à medida que também soube aprovar em um sentido cristão, o que equivale a dizer em um sentido niilista, o que tinha sido recusado pelo cristianismo: os grandes fatos culturais da humanidade (- a saber, enquanto caminhos para a "redenção", enquanto formas prévias da "redenção", enquanto estimulantes da necessidade de “redenção”...)

<< Página Anterior

pág. 67 (Capítulo 10)

Página Seguinte >>

Capa do livro Crepúsculo dos Ídolos
Páginas: 106
Página atual: 67

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 2
Capítulo 3 8
Capítulo 4 15
Capítulo 5 21
Capítulo 6 23
Capítulo 7 30
Capítulo 8 40
Capítulo 9 45
Capítulo 10 53
Capítulo 11 98
Capítulo 12 106