Capítulo 10: Capítulo 10
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Democratismo foi em todos os tempos a forma decadente da força organizadora: já caracterizei em Humano demasiado Humano I, 318 a democracia moderna junto com suas derivações medianas, tal como o "império alemão", como uma forma declinante do estado. Para que haja instituições, é preciso que haja uma espécie de vontade, de instinto, de imperativo, antiliberal até as raias da maldade: a vontade de tradição, de autoridade, de responsabilidade por séculos além, de solidariedade pelas correntes das gerações tanto para adiante quanto para trás in infinitum. Esta vontade está presente?! Então funda-se algo como o imperium Romanum: ou como a Rússia, o único poder, que possui hoje duração corpórea, que pode esperar, que ainda pode prometer alguma coisa. Rússia: o conceito antípoda do deplorável particularismo e do deplorável nervosismo europeu, que entrou em cena em um estado crítico junto com a fundação do império alemão. Todo o ocidente não possui mais aqueles instintos, a partir dos quais crescem as instituições, a partir dos quais cresce o futuro: nada talvez seja mais incongruente com o "espírito moderno" do que estes instintos. Se vive em função do hoje, se vive muito rapidamente - se vive de maneira muito irresponsável: isto justamente denomina-se como "liberdade". O que faz das instituições instituições é desprezado, odiado, recusado: se acredita estar diante do risco de uma nova escravidão, onde a palavra "autoridade" ganha apenas voz. Tão profundamente se estabeleceu a decadência nos instintos valorativos de nossos políticos, de nossos partidos políticos: eles privilegiam instintivamente o que dissipa, o que acelera o acontecimento do fim... Atestado: o casamento moderno.
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Páginas: 106
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