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Capítulo 12: Capítulo 12

Página 143
Os espiões da polícia encontravam-se por toda a parte, e as cadeias continuavam abarrotadas de prisioneiros feitos nas lutas de maio, enquanto outros elementos - sempre anarquistas e adeptos do P.O.U.M., naturalmente - desapareciam das ruas para as prisões, aos pares ou um por um. Até onde se sabia, nenhum deles era julgado ou mesmo acusado - ainda que de coisa tão definida quanto o "trotskismo". O cidadão era simplesmente atirado à prisão e mantido lá, geralmente incomunicável. Bob Smillie continuava preso em Valência, e nada pudemos descobrir a seu respeito, exceto que tanto o representante local da I.L.P. quanto o advogado contratado para o caso não conseguiram permissão para vê-lo. Os estrangeiros da Comuna Internacional e demais milícias davam com os costados nas cadeias, em número cada vez maior. Via de regra eram presos como desertores, sendo típico da situação geral o fato de que ninguém soubesse com certeza se o miliciano era voluntário ou soldado regular. Alguns meses antes todos que ingressavam na milícia sabiam ser voluntários, e que poderiam, se assim o desejassem, receber os documentos de baixa a qualquer época na qual entrassem em licença. Já agora parecia que o Governo mudara de ideia, o miliciano era soldado regular e seria considerado desertor caso quisesse ir embora. Até mesmo sobre esse ponto, no entanto, não havia grande certeza. Em algumas partes do front as autoridades continuavam dando baixa aos homens. Na fronteira, essas baixas eram às vezes reconhecidas, de outras não, caso em que o elemento via-se imediatamente atirado na cadeia. Mais tarde o número de "desertores" estrangeiros atingiu centenas, mas a maioria foi repatriada depois de ser feito algum barulho em seus países de origem.

Turmas de Guardas de Assalto, bem armados, percorriam as ruas, os Guardas Civis continuavam retendo os cafés e outros edifícios em pontos estratégicos, e muitos dos edifícios do P.S.U.C. encontravam-se defendidos por sacos de areia e barricadas. Em diversos pontos da cidade havia postos guarnecidos por Guardas Civis ou Carabineiros, que detinham os transeuntes e exigiam-lhes os documentos. Todos me preveniram para que não mostrasse o cartão de miliciano do POUM., mas apenas o passaporte e bilhete de hospital. Até o fato de ter servido na milícia do P.O.U.M. mostrava-se vagamente perigoso. Seus milicianos que foram feridos ou estavam de licença eram castigados de modo mesquinho - tornavam-lhes difícil, por exemplo, receberem seu pagamento. La Batalla continuava saindo, mas a censura quase a eliminara de vez e Sotidaridad, bem como os outros jornais anarquistas, também se achavam sob forte censura. Surgira nova determinação, no sentido de que a matéria censurada nos jornais não devia ser apresentada como espaço em branco nos mesmos, mas preenchida com outra, de modo que muitas vezes era impossível dizer se alguma coisa fora eliminada.

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Capa do livro Homenagem à Catalunha
Páginas: 193
Página atual: 143

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 12
Capítulo 3 19
Capítulo 4 32
Capítulo 5 39
Capítulo 6 51
Capítulo 7 64
Capítulo 8 70
Capítulo 9 81
Capítulo 10 105
Capítulo 11 130
Capítulo 12 142
Capítulo 13 157
Capítulo 14 173