Stephen, deixa ver o teu prato, meu rapaz. Toca a comer. Toma mais.
Empilhou mais comida no prato de Stephen e serviu ao tio Charles e a Mr. Casey mais dois grandes pedaços de peru e um pouco de molho. Mrs. Dedalus comia pouco e Dante tinha as mãos no regaço. Tinha o rosto vermelho. Mr. Dedalus raspou o fundo da travessa com os trinchantes e disse:
- Há aqui um bocado muito saboroso a que chamamos o nariz do papa. Se algum dos senhores o desejar...
Exibiu o pedaço de peru na ponta do trinchante. Ninguém falou. Colocou-o então no seu próprio prato, declarando:
- Bom, não podem dizer que eu não ofereci. Talvez seja melhor eu próprio o comer, porque ultimamente não tenho andado muito bem de saúde.
Piscou o olho a Stephen e, voltando a ~apar a travessa, recomeçou a comer.
Fez-se silêncio, enquanto ele comia. Finalmente, disse:
- Ora bem, afinal o dia estava bom. Veio muita gente de fora. Ninguém falou. Ele voltou a pronunciar-se:
- Acho que veio mais gente de fora do que no Natal passado. Olhou em volta para os outros, cujos rostos estavam inclinados sobre os pratos e, não obtendo resposta, aguardou um momento e continuou amargamente:
- Bom, de qualquer forma o meu jantar de Natal já está estragado.
- Não poderia haver sorte nem graça - disse Dante - numa casa onde não há respeito pelos pastores da Igreja.
Mr. Dedalus deixou cair ruidosamente os talheres sobre o prato.
- Respeito! - disse. - Pelo descarado do Billy ou pela barrica de tripas do Armagh? Respeito!
- Príncipes da Igreja - disse Mr. Casey, com lento desprezo.
- Cocheiros de Lorde Leitrim, isso sim - disse Mr. Dedalus.
- São ungidos pelo Senhor - declarou Dante. - São uma honra para o seu país.
- Uma barrica de tripas - disse Mr.