Uma voz gritou ao fundo do recreio:
- Todos para dentro!
E outras vozes exclamaram:
- Todos para dentro! Todos para dentro!
Durante a aula de caligrafia, ficou sentado, com os braços cruzados, escutando o lento raspar dos aparos no papel. Mr. Harford andava de um lado para o outro, fazendo pequenas marcas com lápis vermelho e, por vezes, sentando-se ao lado de um rapaz, para lhe mostrar como devia segurar na caneta. Ele tentara soletrar o título, embora já o conhecesse, porque era o último do livro. «O zelo sem prudência é como um navio à deriva.» Mas as linhas de letras pareciam-lhe finos fios invisíveis e só fechando muito bem o olho direito e abrindo o esquerdo conseguia distinguir as curvas cheias da maiúscula.
Mas Mr. Harford era uma pessoa muito simpática e nunca se zangava. Todos os outros professores tinham fúrias terríveis. Mas por que haveriam eles de sofrer pelo que os mais velhos tinham feito? Wells dissera que eles tinham bebido o vinho da missa que estava no armário da sacristia e que tinham descoberto quem o fizera pelo cheiro.