Mas ele tinha feito qualquer coisa e, além disso, Mr. Gleeson não o castigaria com força; e recordou-se de como Corrigan lhe parecera enorme na piscina. Tinha a pele da mesma cor da água cor de turfa na extremidade mais baixa da piscina e, quando caminhava ao longo do rebordo, os seus pés chapinhavam com ruído nos mosaicos molhados e, a cada passo, as suas coxas estremeciam, porque era gordo.
O refeitório estava meio vazio e os rapazes continuavam a sair em filas. Poderia subir a escada, porque nunca havia um padre ou um prefeito à porta do refeitório. Mas não podia ir. O reitor tomaria o partido do prefeito e pensaria que era tudo uma desculpa, e depois o prefeito voltaria lá no dia seguinte, na mesma, mas as coisas seriam piores porque ele estaria furioso por ele se ter ido queixar dele ao reitor. Os rapazes tinham-lhe dito que fosse, mas não seriam capazes de ir eles próprios. E já se tinham esquecido do assunto. Não, o melhor era esquecer também o caso, e talvez o prefeito dos estudos tivesse dito que voltava só para os assustar. Não, o melhor seria esconder-se e evitá-lo, porque, quando se é pequeno, consegue-se, muitas vezes, escapar dessa maneira.
Os rapazes da sua mesa levantaram-se. Ele pôs-se de pé e saiu entre eles, na forma. Tinha de tomar uma decisão. Estava a aproximar-se da porta: Se acompanhasse os outros, nunca mais poderia subir para ir falar ao reitor, porque não podia sair do recreio. E, se subisse e fosse castigado na mesma, os rapazes troçariam dele e gozariam com o pequeno Dedalus que tinha ido queixar-se ao reitor do prefeito dos estudos.
Seguia pela passadeira e via a porta diante de si. Era impossível: não podia ir. Pensou na cabeça calva do prefeito dos estudos com os seus cruéis olhos incolores a fitá-lo e ouviu a voz do prefeito dos estudos perguntar-lhe duas vezes como se chamava.