Elizabeth aprovou calorosamente a sua prudência; tiveram tempo para discuti-la plenamente, bem como para trocar mutuamente todos os elogios, pois Wickham e outro oficial acompanharam as meninas de volta para Longbourn. O fato de Mr. Wickham acompanhá-las oferecia uma dupla vantagem: não só isto revelava a Elizabeth a importância que ela adquirira aos olhos de Mr. Wickham, como lhe dava uma ocasião muito favorável de apresentá-lo ao pai e à mãe.
Pouco depois do regresso, chegou uma carta para Miss Bennet. Vinha de Netherfield e foi aberta imediatamente. O envelope continha uma pequena folha de papel elegante, escrita em caracteres ornados, por mão feminina. Elizabeth viu que a expressão do rosto de sua irmã se alterara, enquanto ela lia. E que fixava com atenção certos trechos. Jane dominou logo os seus sentimentos e, pondo a carta de lado, procurou tomar parte na conversa com a sua costumeira alegria, mas Elizabeth sentiu nela uma ansiedade que desviava a sua atenção até mesmo de Wickham. E, assim que este e o seu companheiro partiram, Jane, com um olhar, convidou a irmã a acompanhá-la ao quarto. Aí, mostrou a carta, dizendo:
- É de Caroline Bingley. O conteúdo me surpreendeu muito. O grupo todo já deve ter partido de Netherfield a esta hora, a caminho de Londres. E eles não têm intenção de voltar. Ouça o que ela diz.
Jane leu então a primeira frase: continha a informação de que Caroline havia resolvido acompanhar o irmão e tencionava jantar naquele mesmo dia em Grosvenor Street, onde morava Mr. Hurst. A frase seguinte continha estas palavras: "Não lhe vou mentir, dizendo que sentirei falta daquilo que deixo no Hertfordshire, a não ser da sua companhia, minha cara amiga. Espero que ainda nos encontremos algum dia para gozar a repetição das muitas conversas interessantes que tivemos e até lá procuremos atenuar a dor da separação com uma correspondência frequente e cordial.