Sem supor, pelo que estava vendo, que estivessem seriamente apaixonados, a preferência que manifestavam um pelo outro era suficiente para inquietá-la; resolveu falar a Elizabeth sobre o assunto antes de partir do Hertfordshire e fazer-lhe ver a imprudência que eia cometia, encorajando aquela inclinação. Wickham possuía um meio de interessar a Mrs. Gardiner, independente dos seus múltiplos encantos. Há uns dez ou doze anos atrás, antes do seu casamento, Mrs. Gardiner residira muitos anos na mesma região do Derbyshire em que nascera Mr. Wickham. Tinham portanto muitos conhecidos em comum. E, embora Mr. Wickham só tivesse ido lá poucas vezes depois da morte do pai de Mr. Darcy, há cinco anos passados, ele podia dar notícias mais recentes dos antigos amigos de Mrs. Gardiner do que as que ela poderia obter de outro modo. Mrs. Gardiner tinha estado em Pemberley e conhecia de nome o falecido Mr. Darcy; aí estava portanto um assunto inesgotável. Comparando as suas lembranças de Pemberley com as descrições minuciosas que Wickham lhe fazia, e prestando ao carácter do seu antigo possuidor o seu tributo de admiração, Mrs. Gardiner deliciava a si mesma e a seu interlocutor. Ao ser informada do tratamento que o atual Mr. Darcy lhe dispensara, ela procurou se lembrar da reputação que ele tinha em criança. É acreditou afinal recordar-se de ter ouvido dizer que Mr. Fitzwilliam Darcy tinha sido um menino orgulhoso e de mau carácter.