Continuando o caminho pela alameda, Elizabeth começou a ler. A carta estava datada de Rosings, das oito horas da manhã, e dizia o seguinte:
"Não fique alarmada, Miss Eliza, ao receber esta carta, pela apreensão de que ela contenha a repetição daqueles sentimentos ou a renovação daquelas propostas que ontem à noite tanto lhe repugnaram. Escrevo-lhe sem nenhuma intenção de aborrecê-la ou de me humilhar insistindo em exprimir esperanças que para a felicidade de ambos não podem ser esquecidas cedo demais. E o esforço da minha parte ao escrever esta carta e o seu em percorrê-la teria sido poupado se o meu carácter não exigisse que ela fosse escrita e lida. É preciso pois que me perdoe a liberdade com que exijo a sua atenção; sei que os seus sentimentos a concederão com relutância. Mas eu o exijo da sua justiça. Duas foram as acusações que me fez ontem à noite, de natureza muito diferente e de importância igualmente desigual. A primeira foi: que eu tinha separado Mr. Bingley da sua irmã, indiferente aos sentimentos de ambos. E a outra de ter arruinado a possibilidade imediata e as probabilidades futuras de Mr. Wickham, ferindo vários direitos, desafiando a honra e a humanidade. Ter repudiado voluntária e gratuitamente o companheiro da minha infância, o favorito declarado de meu pai, um rapaz que dependia exclusivamente da nossa proteção e a quem esta fora prometida seria uma perversidade incomparavelmente mais grave do que a separação de duas pessoas cuja afeição, embora real, não poderia ter crescido excessivamente no espaço das poucas semanas que estiveram juntas. Espero estar a salvo, para o futuro, da severidade das censuras que me foram feitas com tanta veemência a respeito destes dois casos, depois de ter lido a seguinte explicação dos meus atos e dos seus motivos.