Faltavam apenas quinze dias quando chegou uma carta de Mrs. Gardiner, que ao mesmo tempo adiava a partida e abreviava a duração do passeio. Os negócios impediam Mr. Gardiner de sair de Londres até quinze dias depois da data marcada. E ele era obrigado a regressar dentro de um mês. Esse período era curto demais para que fossem muito longe e vissem tudo o que tinham planejado. Pelo menos impedia que visitassem tudo com o vagar e o conforto que haviam ideado. Portanto eram obrigados a desistir de vez dos lagos. Era preciso fazer um circuito mais reduzido. De acordo com o novo plano, não iriam além do Derbyshire. Naquele condado havia muita coisa a ver e isto dava para encher as três semanas que tinham. E para Mrs. Gardiner esse plano possuía um encanto particular. Julgava a cidade onde passara alguns anos da sua vida tão digno de atenção quanto a célebre região dos lagos.
Elizabeth ficou extremamente desapontada. Tinha um grande desejo de ver os lagos e continuava a pensar que havia tempo suficiente. Mas era resignada e certamente tinha bom génio. Em breve essa decepção tinha passado.
Muitas ideias estavam associadas a esse condado do Derbyshire. Era impossível ler a palavra sem pensar em Pemberley e no seu proprietário. "Mas certamente'', pensou ela, "eu poderei penetrar naquela região sem que ele me veja."
O período de expectativa fora agora duplicado. Ela teria de esperar quatro semanas até a chegada dos tios. Mas estas semanas passaram, e Mr. e Mrs. Gardiner apareceram finalmente em Longbourn, acompanhados dos quatro filhos. As crianças, duas meninas de seis e oito anos de idade e dois meninos menores, seriam entregues aos cuidados da prima Jane, que era a grande favorita. O seu bom senso, a doçura de seu génio, pareciam destiná-la à missão de cuidar das crianças.