Elizabeth percebeu desde logo que estava sendo atentamente observada por Miss Bingley e que não podia dizer uma só palavra, especialmente para Miss Darcy, sem que a outra não se pusesse a escutar. Esta observação não teria impedido Elizabeth de procurar estabelecer uma conversação com Miss Darcy, se não estivesse sentada a uma distância tão inconveniente desta. Esperava a cada momento a entrada dos cavalheiros. Desejava e ao mesmo tempo temia que o dono da casa estivesse entre eles.
E não sabia qual dos sentimentos era o mais forte, se o seu desejo ou o seu temor. Depois de permanecer desta maneira durante um quarto de hora, sem ouvir a voz de Miss Bingley, Elizabeth teve a atenção despertada por uma fria pergunta que aquela lhe dirigira sobre a sua família. Respondeu com igual indiferença e concisão e a outra nada mais disse.
O acontecimento seguinte foi a entrada de criados que traziam travessas de carne fria, bolos e uma grande variedade das melhores frutas da estação. Mas isto não teve lugar senão depois de muitos olhares significativos e sorrisos de Mrs. Annesley, dirigidos a Miss Darcy para lhe lembrar as suas obrigações como dona-de-casa. Havia agora ocupação suficiente para o grupo inteiro, pois, embora nem todos pudessem conversar, todos podiam comer. E as pessoas presentes se reuniram em volta da mesa, diante das belas pirâmides de uvas, ameixas e pêssegos.
Assim ocupada, Elizabeth teve uma boa oportunidade para refletir se realmente temia o aparecimento de Mr. Darcy ou se o desejava. E então, embora no momento anterior o seu desejo tivesse predominado, pôs-se agora a recear que ele viesse.
Mr. Darcy estivera durante algum tempo com Mr. Gardiner, que pescava em companhia de outros dois cavalheiros da casa.