Orgulho e Preconceito - Cap. 49: Capítulo XLIX Pág. 325 / 414

Eles a levaram para casa e lhe deram toda a sua proteção e apoio moral. Isto é um sacrifício que anos de gratidão não podem compensar. Nesse momento, ela está em casa deles. Se uma tão grande bondade não lhe der a consciência da falta que praticou, é que não merece nunca ser feliz. Imagine a cara quando chegar diante da minha tia.

- Devemos nos esforçar para esquecer tudo o que se passou - disse Jane. - Confio e espero que eles sejam felizes. Creio que o fato de ele consentir em se casar com ela é uma prova de que tomou juízo. A afeição que têm um pelo outro lhes dará estabilidade. E tenho a esperança de que eles se estabeleçam tranquilamente na sua nova vida, e vivam de uma maneira tão ajuizada que com o tempo a imprudência que fizeram seja esquecida.

- A conduta deles foi de tal ordem - replicou Elizabeth -, que nem você, nem eu e nem ninguém poderá jamais esquecê-la. É inútil falar nisto.

As meninas então se lembraram de que a mãe provavelmente ainda ignorava tudo o que se passava. Dirigiram-se pois à biblioteca e perguntaram ao pai se ele não desejava que lhe fossem transmitir a notícia. Ele estava escrevendo. E sem levantar a cabeça respondeu, friamente:

- Como quiserem.

- Podemos levar a carta do meu tio e ler para ela?

- Levem o que vocês quiserem e vão embora.

Elizabeth tomou a carta de cima da mesa e as irmãs subiram juntas. Mary e Kitty estavam ambas com Mrs. Bennet. A mesma comunicação serviria portanto para todas. Depois de uma ligeira preparação para as notícias que traziam, a carta foi lida em voz alta. Mrs. Bennet não pôde conter os seus sentimentos. Assim que Jane leu o trecho em que Mr. Gardiner exprimia a esperança de que Lydia em breve se casasse, Mrs. Bennet começou a manifestar a sua alegria, e cada frase subsequente a tornava ainda mais expansiva.





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