Orgulho e Preconceito - Cap. 52: Capítulo LII Pág. 345 / 414

Julgou então que era melhor entender-se com o seu tio do que com o seu pai. Resolveu, assim, adiar a entrevista que teria com Mr. Gardiner para depois da partida daquele. Ele não deixou o nome e, até voltar no dia seguinte, sabia-se apenas que um cavalheiro tinha procurado Mr. Gardiner a negócios. No sábado reapareceu. Seu pai tinha partido, seu tio estava em casa e. como eu disse antes, tiveram uma longa entrevista. Tornaram a se encontrar no domingo, e nesse dia eu o vi também. Só na segunda-feira ficou tudo combinado. E imediatamente um expresso foi despachado para Longbourn. Mas o nosso visitante se mostrou muito obstinado: creio, Lizzy, que afinal das contas a obstinação é o defeito real do seu carácter. Ele já foi acusado de muitas faltas, mas esta é a única verdadeira. Queria fazer tudo pessoalmente; embora eu estivesse certa (e não falo nisto para receber agradecimentos, e portanto não diga para ninguém) de que seu tio arranjaria tudo rapidamente. Discutiram durante muito tempo. Mais do que as duas pessoas em questão mereciam. Mas, afinal, seu tio foi forçado a ceder. Em vez de ser útil realmente à sua sobrinha, teve de se contentar com a fama, coisa que não lhe agradou de maneira alguma. E creio que a sua carta de hoje de manhã lhe deu um grande prazer, porque exigia uma explicação que o despojaria das suas falsas plumagens, restituindo a glória a quem de direito. Mas, Lizzy, isto não deve passar de você e de Jane, no máximo. Suponho que você deve saber muito bem o que foi feito para o jovem casal. As dívidas de Wickham, que sobem, creio eu, a muito mais de mil libras, precisam ser pagas. Outras mil são necessárias para o dote de Lydia. E a sua fiança ao posto que pretende tem de ser paga também. O motivo alegado para fazer tudo isto foi o que citei acima.




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