- A mim sempre me disseram que a poesia é o alimento do amor.
- De um amor sincero, sólido, sadio, pode ser. Tudo serve de alimento ao que já tem força. Mas, quando se trata de uma ligeira e fraca inclinação, estou convencida de que um bom soneto é suficiente para fazê-la morrer de inanição.
Darcy contentou-se em sorrir. E a pausa geral que se seguiu fez Elizabeth tremer de medo à ideia de que sua mãe se tornasse novamente ridícula. Queria dizer alguma coisa mas não conseguiu encontrar nenhum assunto. E, depois de um curto silêncio. Mrs. Bennet começou a repetir os agradecimentos que fizera a Mr. Bingley, pela sua bondade com Jane, desculpando-se igualmente do incómodo que lhe dava com Lizzy. Mr. Bingley respondeu com toda a amabilidade e obrigou a sua irmã mais moça a ser igualmente cortês e a responder de acordo com a situação. Esta desempenhou o seu papel, aliás de má vontade, mas Mrs. Bennet ficou satisfeita. Pouco depois mandou chamar a sua carruagem. Neste momento, a mais moça das suas filhas se adiantou. Kitty e Lydia, as duas filhas menores, tinham conversado em voz baixa uma com a outra durante toda a visita. E tinha ficado resolvido entre elas que a mais moça devia lembrar a Mr. Bingley que, logo depois da sua chegada, ele prometera que daria um baile em Netherfield.
Lydia tinha quinze anos e era uma moça forte e desenvolvida. Tinha o rosto agradável e uma expressão jovial; era a favorita da mãe, que, devido a essa afeição, a tinha introduzido na sociedade muito cedo ainda para a sua idade. Era dotada de muita vitalidade e de uma espontaneidade que se transformara em segurança graças à atenção que os oficiais lhe dispensavam. Estes eram atraídos, aliás, não só pela sua naturalidade como pelos bons jantares de seu tio.