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Capítulo 4: Capítulo II

Página 123

Além da grande caixa em que costumavam transportar-me, a rainha ordenou que me fizessem outra mais pequena, de uns doze pés quadrados por dez de altura, para as viagens, porque a outra era demasiado grande para o colo de Glumdalditch e estorvava muito na carruagem; a sua construção foi entregue ao mesmo artificie da outra e, durante a sua elaboração, seguiu as minhas instruções. Esta caixa de viagem tinha a forma de um cubo perfeito, com uma janela no centro de três dos painéis. Cada uma das janelas tinha um gradeamento exterior para se evitarem acidentes em passeios mais longos. Na quarta parede, que não tinha janela, havia duas argolas pelas quais a pessoa que me transportava prendia a caixa a um cinturão que cingia quando eu tinha vontade de ir a cavalo. Quando isto sucedia, era levado por um servidor sério e leal em quem podia confiar, quer quando acompanhava o rei e a rainha nas suas saídas, quer quando me apetecia ver os jardins ou visitar alguma dama importante ou um ministro da corte, sempre que Glumdalditch se encontrava indisposta, uma vez que em breve me tornei conhecido e apreciado pelos mais altos dignitários devido, suponho, mais ao favor de Sua Majestade que aos meus próprios méritos. Nas viagens, quando me cansava da carruagem, um servidor prendia a minha caixa à sua cintura e colocava-a sobre um almofadão à frente dele; dali dispunha de uma panorâmica geral da paisagem através das três janelas. O mobiliário do recinto consistia num catre e numa rede de baloiço presa ao tecto, além de uma mesa e duas cadeiras aparafusadas ao chão, por causa das sacudidelas do cavalo ou da carruagem. De facto, por estar acostumado às viagens por mar, estes movimentos, ainda que às vezes muito violentos, não me incomodavam demasiadamente.

Sempre que me apetecia visitar a cidade fazia-o no meu aposento de viagens que Glumdalclitch levava ao colo, numa espécie de cadeira de mão aberta, segundo a moda do país, levada por quatro homens e acompanhada por outros dois com libré da rainha.

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Capa do livro As Viagens de Gulliver
Páginas: 339
Página atual: 123

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Carta do Comandante Gulliver a seu primo Sympson 1
Prefácio do primeiro editor Richard Sympson 3
Capítulo I 8
Capítulo II 85
Capítulo III 170
Capítulo IV 249