Capítulo 3: Capítulo I
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No lado esquerdo encontrámos uma espécie de máquina de cuja parte superior sobressaíam vinte postes compridos, parecidos com os da paliçada na frontaria da residência real de Sua Majestade, e com a qual o Homem-Montanha seguramente se penteava. Como nos era difícil fazermo-nos perceber por ele, não pudemos proceder ao devido interrogatório. No bolso grande do lado direito da metade do seu protector (traduzo assim a expressão ranfu-lo, que corresponderia às nossas «calças»), encontrámos um reservatório oco de ferro, com a altura aproximada de um homem, seguro a um pedaço de madeira maciça, maior que o referido reservatório. De um lado deste sobressaíam grandes pedaços de ferro cortados em formas estranhas, cuja aplicação ignoramos. No bolso esquerdo encontrámos uma máquina parecida e, no mais pequeno da direita, achámos pedaços arredondados e planos de metal vermelho e branco de variado tamanho. Entre os pedaços brancos havia peças que pareciam de prata e eram tão volumosas que, tanto para o meu companheiro como para mim, eram difíceis de pegar. No bolso esquerdo encontrámos dois reservatórios escuros, de forma irregular, cuja extremidade superior, desde o fundo do bolso, era difícil de alcançar. Um deles parecia todo de uma peça por estar coberto, mas no extremo do outro sobressaía algo de redondo e de branco, com o tamanho aproximado de duas cabeças. Cada uma destas continha uma enorme placa de aço relativamente às quais, por nos parecerem mecanismos perigosos, pedimos explicação que nos foi dada. Tirou-as dos estojos e contou-nos que, no seu país, era muito vulgar fazer a barba com uma e cortar os alimentos com a outra.
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