Procurar livros:
    Procurar
Procurar livro na nossa biblioteca
 
 
Procurar autor
   
Procura por autor
 
marcador
  • Sem marcador definido
Marcador
 
 
 

Capítulo 3: Capítulo I

Página 49
Assim, soltei a corda mas deixei os ganchos presos aos barcos e, sem hesitar, cortei apressadamente com o canivete as cordas que fixavam as âncoras, à custa de receber mais de duzentas frechadas na cara e nas mãos. Agarrei então no nó que fizera com todas as cordas, em cujos outros extremos estavam os ganchos presos aos barcos, e com grande facilidade consegui mover cinquenta dos maiores navios de guerra inimigos.

Os blefuscuitas, a princípio, ficaram espantados e confusos, por não perceberem os meus propósitos. Tinham-me visto cortar as cordas e pensaram que eu procurava pôr os barcos à deriva ou levá-los a abalroarem-se. Mas quando viram que toda a frota se deslocava de forma ordenada e que eu puxava pela ponta, lançaram indescritíveis e inimagináveis gritos de dor. Quando me afastei do perigo, detive-me um pouco para arrancar as flechas que tinha cravadas no rosto e nas mãos e para aplicar o unguento que me deram ao chegar a Lilliput pela primeira vez, como mencionei anteriormente. Tirei então os óculos e, depois de esperar cerca de uma hora para que a maré baixasse um pouco, atravessei o centro do canal com a minha carga e cheguei a salvo ao porto real de Lilliput.

O imperador e toda a sua corte permaneciam na margem, aguardando o resultado desta grande empresa. Reparavam como os barcos se aproximavam numa formação que lembrava uma grande meia-lua, mas não podiam ver-me porque a água me chegava ao peito. Quando alcancei o centro do canal ainda os fiz padecer mais, uma vez que a água me chegava ao pescoço. O imperador deduziu que me tinha afogado e que a frota inimiga se aproximava com propósitos bélicos; mas depressa se tranquilizou porque, a cada passo que dava, a profundidade diminuía e, quando cheguei a uma distância em que podia ser ouvido, levantei a ponta da corda que segurava a frota e gritei com voz potente:

<< Página Anterior

pág. 49 (Capítulo 3)

Página Seguinte >>

Capa do livro As Viagens de Gulliver
Páginas: 339
Página atual: 49

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Carta do Comandante Gulliver a seu primo Sympson 1
Prefácio do primeiro editor Richard Sympson 3
Capítulo I 8
Capítulo II 85
Capítulo III 170
Capítulo IV 249