Tratava-se de um homem de fala comedida. Por mim, a minha voz subia um pouco mais, e disse-lhe: «Não... o meu desembarque do navio foi definitivo».
«Está livre, então, durante algum tempo», foi o comentário dele.
«Suponho que é isso o que se pode dizer de mim, sim... - desde as onze horas, segundo penso», disse eu.
Ao som das nossas palavras, Hamilton parou de comer.
Lentamente, poisou o garfo e a faca, levantou-se e saiu da casa de jantar, resmungando qualquer coisa acerca de «este calor do inferno que nos tira todo o apetite». Quase logo a seguir, ouvimo-lo a descer a escada da varanda, saindo do bungalow.
Vendo aquilo, o capitão Giles notou descuidadamente que o tipo saíra com certeza para tentar apanhar o lugar que eu tinha deixado vago. O despenseiro, que permanecera até então encostado à parede, aproximou da nossa mesa o seu rosto de bode sem sorte, dirigindo-se-nos em tom de queixume. Era sua intenção aliviar-se de todas as recriminações que tinha a fazer contra Hamilton. Este último tinha-o sobre brasas nas suas relações com a capitania, por causa do estado das contas. Pedia a Deus que Hamilton conseguisse o meu lugar, embora, realmente, isso significasse - o quê? - um alívio provisório na melhor das hipóteses.
«Não precisa de se preocupar», disse-lhe eu então, «porque o lugar não vai para ele. O homem que me substituiu já está a bordo a estas horas.»
Ficou admirado com a novidade, e pareceu-me que a cara lhe ficara um tanto ou quanto de palmo. O capitão Giles soltou uma leve gargalhada. Levantámo-nos da mesa e fomos para a varanda, deixando o desconhecido curvado por cima da mesa e entregue aos criados chineses.