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Capítulo 4: II

Página 57
Mais nada. Por mim, não sei bem o que tencionava dizer, mas fosse o que fosse, a surpresa fez-mo engolir. Senti-me por um instante sufocado, e depois exclamei com uma pressa enervada: «Oh! Boa noite, capitão Giles, boa noite!»,

Os seus movimentos eram como habitualmente cheios de circunspecção, mas as costas dele encontravam-se já a alguma distância de mim, afastando-se ao longo do cais deserto, quando consegui recompor-me o bastante para, imitando-lhe o exemplo, fazer meia volta e dirigir-me à ponte de embarque.

Só que os meus movimentos não eram, pelo seu lado, absolutamente circunspectos. Desci com precipitação os degraus da escada da ponte e pulei para o interior da lancha. Ainda não tivera tempo para me acomodar em cima dos panos, à ré, e já o barco, de linhas bem lançadas, desatracara de junto da ponte com um repentino turbilhonar da hélice e espessas e rápidas baforadas de evacuação das máquinas através da chaminé de cobre, que víamos ao centro nu~~ cintilação confusa. O vago reboar da água à popa era o único som que do mundo todo ali se ouvia. A terra deixara-se mergulhada no silêncio de um profundo sono. Eu ia observando o afastamento gradual da cidade calma e silenciosa no interior quente daquela noite, quando o grito abrupto «Ó da lancha!» me fez imprimir ao rosto uma rotação para a frente. Estávamos muito próximos do vapor, e este surgia branco como um fantasma. Nos deques e nas vigias viam-se brilhar luzes. E de novo a mesma voz bradou de lá: «É o nosso passageiro quem vem aí?».

«É», berrei-lhes eu.

A tripulação ocupava-se obviamente com os preparativos da largada. Ouvi os homens correrem de um para outro lado. A pressa característica do espírito moderno vocalizava-se alto nas ordens: «Virar a amarra!», «Arriar a escada do portaló», e na urgente solicitação que me endereçavam: «Suba, senhor.

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Capa do livro A Linha de Sombra
Páginas: 155
Página atual: 57

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Nota do autor 1
I 6
II 42
II 43
III 64
IV 90
V 106
VI 129