Tufão - Cap. 2: II Pág. 22 / 103

O segundo precipitou-se para a refrega. Lançou-se ao ventilador de estibordo como se tencionasse arrancá-lo e atirá-lo pela borda fora. Tudo o que conseguiu foi fazer rodar o cata-vento algumas polegadas, com um enorme dispêndio de força, num esforço que pareceu deixá-lo exausto. Encostou-se contra a antepara posterior da casa do leme e Jukes dirigiu-se para ele.

- Oh, caramba! - arquejou o maquinista numa voz enfraquecida. Ergueu os olhos para o céu, e depois deixou o seu olhar vidrado descer ao encontro do horizonte, que, inclinando-se para cima num ângulo de quarenta graus, pareceu suspenso por um instante nessa posição antes de voltar a baixar lentamente. - Caramba! Uf! Mas que é que se passa, afinal?

Jukes, abrindo as compridas pernas como as pontas de um compasso, assumiu um ar de superioridade.

- Vamos apanhá-lo desta vez - disse ele. - O barómetro está a cair como tudo, Harry. E tu a tentares armar sarilho...

A palavra «barómetro» pareceu reanimar a louca animosidade do segundo-maquinista. Fazendo apelo a todas as suas energias, dirigiu-se a Jukes num tom abafado e brutal para o mandar engolir aquele inefável instrumento. Quem se importava com o raio do barómetro? Era o vapor - o vapor - que estava a cair; e metido entre os fogueiros que desfaleciam e o chefe que estava a ficar chalupa, era pior do que uma vida de cão para ele; não se importava absolutamente nada se tudo aquilo fosse pelos ares de um minuto para o outro. Parecia prestes a desatar a chorar, mas tendo recuperado o fôlego murmurou sombriamente "Hei-de espevitá-los» e afastou-se subitamente. Parou por cima da escotilha o tempo suficiente para mostrar o punho cerrado à luz anormal que tombava do céu e deixou-se cair na escura caverna com um grito.





Os capítulos deste livro