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Capítulo 4: IV

Página 61
Uma arca vazia rebolava ruidosamente; um homem caiu de cabeça com um salto, como se levantado por um pontapé; e mais longe, indistintos, outros corriam como uma massa de pedras a rolar por uma vertente, martelando a coberta com os pés e agitando os braços desesperadamente. A escada da escotilha estava cheia de coolies que a enxameavam como abelhas num ramo. Eles penduravam-se nos degraus num cacho rastejante e agitado, martelando furiosamente com os punhos a parte de dentro da escotilha trancada, e o impetuoso correr das vagas lá em cima ouvia-se nos intervalos dos seus gritos. O navio inclinou-se ainda mais e eles começaram a soltar-se; primeiro um, depois dois, depois todo o resto veio de escantilhão, caindo verticalmente com um grande grito.

Jukes estava atordoado. O mestre, com uma ansiedade impaciente, suplicava-lhe:

- Não vá lá dentro, sir.

Todo o compartimento parecia torcer-se sobre si próprio e saltar incessantemente; e quando a proa se erguia para galgar uma vaga Jukes tinha a impressão de que todos aqueles homens se iriam precipitar em massa sobre ele. Recuou, fechou a porta, e com mãos trémulas correu o ferrolho...

Logo que o imediato partiu o capitão MacWhirr, deixado sozinho na ponte, caminhando de lado e cambaleando, aproximou-se da casa do leme. Como a porta abria para fora, teve de lutar contra o vento para entrar e, quando finalmente o conseguiu, ouviu-se uma batida e um estrondo simultâneos, como se tivesse sido projectado através da antepara de madeira. Parou do lado de dentro, agarrado à maçaneta.

O aparelho do leme soltava vapor e no espaço fechado o vidro da bitácula emitia um oval brilhante de luz no meio de uma transparente bruma branca. O vento uivava, zumbia, assobiava, com súbitas rajadas rugidoras que fustigavam as portas e os estores fazendo-os ressoar com a saraivada furiosa dos salpicos.

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Capa do livro Tufão
Páginas: 103
Página atual: 61

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 37
IV 49
V 72
VI 91