Tufão - Cap. 4: IV Pág. 60 / 103

Um grito abafado não cessava de ressoar por assim dizer ao seu lado; e lá de cima o tumulto mais estrondoso da tempestade descia sobre esses sons mais próximos. Sentia tonturas. Para ele, também, naquela carvoeira, o movimento do navio parecia diferente e ameaçador, minando a sua coragem, como se fosse a primeira vez que andava no mar.

Sentia-se muito tentado a rastejar dali para fora; mas a lembrança da voz do capitão MacWhirr tornava isso impossível. As suas ordens eram para ir ver o que se passava. Para que servia isso, era o que gostaria de saber. Enfurecido, disse para consigo que iria ver - naturalmente. Mas o mestre, cambaleando desajeitadamente, avisou-o para que tivesse cuidado quando abrisse a porta; lá dentro lutava-se ferozmente. E Jukes, como se sentisse uma grande dor física, perguntou numa voz irritada por que diabo estavam eles a lutar.

- Por causa dos dólares! Por causa dos dólares, sir.

As malditas arcas desses chinas escavacaram-se espalhando o dinheiro por toda a parte, e eles correm desordenadamente atrás dele, como loucos, arranhando-se e mordendo-se que só visto. Um verdadeiro inferno em miniatura lá dentro.

Jukes, convulsivamente, abriu a porta. O mestre, com a sua pouca altura, espreitou por debaixo do braço do imediato.

Um dos candeeiros apagara-se, quebrado talvez. Gritos rancorosos, guturais, explodiram aos ouvidos dos dois homens, de mistura com um estranho som ofegante, o arquejar de todos aqueles peitos fatigados. Um grande golpe atingiu o navio de través: a água caiu-lhe em cima com um choque ensurdecedor, e no primeiro plano da escuridão, onde o ar era avermelhado e espesso, Jukes viu uma cabeça bater na coberta violentamente, dois tornozelos grossos agitarem-se no ar, braços musculosos retorcidos em torno de um tronco nu, uma cara amarela, de boca escancarada e com uma expressão alucinada, olhar para cima e deslizar para longe.





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