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Capítulo 4: IV

Página 67
Tive de derrubá-lo com um soco... Neste mesmo instante. Ouviu, senhor Rout?

- Caramba! - murmurou o senhor Rout. - Atenção, Beale!

O seu grito ressoou como o sopro de uma corneta de alarme entre as paredes de ferro da casa das máquinas. Pintadas de branco, erguiam-se alto até à penumbra da clarabóia, com duas águas inclinadas como um telhado; e todo aquele espaço majestoso lembrava o interior de um monumento, dividido por pavimentos de grades de ferro, com luzes tremeluzindo em diferentes níveis e uma massa de sombra pairando no meio, dentro da agitação vertical da maquinaria accionada pelo enchimento imóvel dos cilindros. Uma ressonância estrepitosa e desenfreada, feita de todos os ruídos do furacão, instalara-se no ar quente e parado. Havia nele o cheiro de metal quente e de óleo e uma ligeira névoa de vapor. As pancadas do mar pareciam atravessá-lo de lado a lado num choque surdo, colossal.

Revérberos, como compridas chamas claras, tremiam sobre o polimento do metal; do pavimento inferior as gigantescas cabeças de biela emergiam nas suas voltas com uma fulguração de cobre e ferro, passando de um lado para o outro, enquanto as barras de ligação, com grandes articulações, como membros de um esqueleto, pareciam empurrá-las para baixo e puxá-las para cima de novo com uma irresistível precisão. E nas profundas daquele lusco-fusco outras barras moviam-se deliberadamente para ca e para lá cruzetas cabeceavam, discos de metal roçavam-se suavemente uns contra os outros, lentos e dóceis, numa mescla de sombras e reverberações.

Às vezes todos estes movimentos poderosos e infalíveis afrouxavam simultaneamente, como se fossem as funções de um organismo vivo subitamente atingidas pela influência maligna da preguiça; e os olhos do senhor Rout fulguravam mais escuros na sua face escavada.

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Capa do livro Tufão
Páginas: 103
Página atual: 67

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
I 1
II 18
III 37
IV 49
V 72
VI 91