- Você tem de se despachar - gritou o senhor Rout mal viu Jukes aparecer à entrada da casa das caldeiras.
O olhar de Jukes era vago e incerto; tinha a face vermelha e inchada como se tivesse dormido em excesso. Percorrera um caminho difícil, e cobrira-o com imensa vivacidade, a agitação da sua mente correspondendo aos esforços do seu corpo. Precipitara-se para fora da carvoeira, tropeçando na passagem às escuras numa data de homens desorientados que, sentindo-se pisados, perguntavam «Que se passa, sir?» em murmúrios aterrados que subiam de todos os lados - descera a escada da casa das caldeiras, saltando muitos degraus na sua pressa, baixando para um lugar fundo como um poço, negro como uma caverna, balançando para cá e para lá como uma retouça. A água no fundo dos porões trovejava a cada balanço, e bocados de carvão cabriolavam de um lado para o outro, chocalhando como uma avalancha de seixos num plano inclinado de ferro.
Alguém lá dentro gemeu de dor, e via-se outra pessoa qualquer acocorada diante do que parecia ser o corpo de um morto deitado de borco; uma voz vigorosa praguejou; e o brilho debaixo das portas da fornalha era como um charco de sangue flamejante irradiando tranquilamente numa treva aveludada.
Uma lufada de vento chocou contra a nuca de Jukes e no momento seguinte sentiu-a correr em redor dos seus tornozelos molhados. Os ventiladores da fornalha zumbiam; diante das seis portas da fornalha dois vultos agitados, despidos até à cintura, cambaleavam e curvavam-se, trabalhando freneticamente com duas pás.