A última estrela, esfumada, ampliada, como se voltando à bruma ígnea da sua origem, lutou com o colossal abismo de treva suspensa por cima do navio - e apagou-se.
- Aí vem ele! - murmurou o capitão MacWhirr. Senhor Jukes.
- Pronto, sir.
Os dois homens começavam a tomar-se indistintos um para o outro.
- Temos de confiar que ele consiga atravessar isto e sair do outro lado. É claro e simples. Aqui não há lugar para as tácticas evasivas do capitão Wilson.
- Não, sir.
- O navio vai ser coberto e varrido de novo durante algumas horas - resmungou o capitão. - Não resta em cima da coberta muita coisa para o mar levar... a não ser eu ou você.
- Ambos, sir - sussurrou Jukes, ofegante.
- Você está sempre a complicar as coisas, Jukes - retorquiu o capitão MacWhirr de uma maneira estranha.
- Embora seja um facto que o segundo-piloto não presta para nada. Está a ouvir, senhor Jukes? Ficaria sozinho se...
O capitão MacWhirr interrompeu-se, e Jukes, olhando em seu redor, conservou-se calado.
- Não se deixe perturbar por nada - continuou o capitão, falando agora bastante depressa. - Conserve-o de proa para o vento. Eles podem dizer o que quiserem, mas as vagas maiores correm sempre com o vento. De proa para o vento, sempre de proa para o vento, é a maneira de sobreviver. Você é um jovem marinheiro. Proa para o vento. É tudo o que um homem tem de fazer. E não perca a cabeça.
- Com certeza, sir - disse Jukes, com uma palpitação do coração.
Nos segundos que se seguiram o capitão falou para a casa das máquinas e obteve uma resposta.
Por qualquer razão, Jukes experimentou um acesso de confiança, uma sensação que provinha de dentro, como um sopro quente, e que o fez sentir-se à altura de qualquer exigência.