A Confissão de Lúcio - Cap. 4: CAPÍTULO 2 Pág. 39 / 93

"Eis tudo…

"Não me diga nada… não me diga nada!… Tenha dó de mim… muito dó…

Calei-me. Pelo meu cérebro ia um vendaval desfeito. Eu era alguém a cujos pés, sobre uma estrada lisa, cheia de sol e árvores, se cavasse de súbito um abismo de fogo.

Mas, após instantes, muito naturalmente, o poeta exclamou:

- Bem… Já vai sendo tempo de nos irmos embora.

E pediu a conta.

Tomamos um fiacre.

Pelo caminho, ao atravessarmos não sei que praça, chegaram-nos ao ouvido os sons de um violino de cego, estropiando uma linda ária. E Ricardo comentou:

- Ouve esta música? É a expressão da minha vida: uma partitura admirável, estragada por um horrível, por um infame executante…





Os capítulos deste livro