Eram Darzi, o pássaro-alfaiate, e a mulher. Tinham construído um lindo ninho aproximando uma da outra duas grandes folhas e cosendo-as pelas bordas com fibras, enchendo o vazio de algodão e penugem macia. O ninho balouçava-se de um lado para o outro enquanto eles, pousados na borda, choravam.
- Que tendes? - perguntou Ríqui-Tíqui.
- Somos muito infelizes disse Darzi. - Um dos nossos miúdos caiu ontem do ninho e Nague comeu-o.
- Hum! - disse Ríqui-Tíqui.
- Isso é coisa muito triste, mas eu sou novo aqui. Quem é Nague?
Darzi e a mulher apenas se anicharam mais no ninho sem responderem, porque da espessa erva do pé do arbusto partiu um leve silvo - um som frio horrível que levou Ríqui-Tíqui a saltar dois pés para trás. Depois, polegada a polegada, ergueu-se da erva a cabeça e o capelo dilatado de Nague, a grande cobra negra que tinha cinco pés de comprimento desde a ponta da língua à ponta da cauda. Depois de ter levantado do chão um terço do corpo, ficou a balouçar-se de um lado para o outro exactamente como um dente-de-leão se balouça ao vento, e olhou para Ríqui-Tíqui com os olhos malignos da serpente, que nunca mudam de expressão, pense ela o que pensar.
- Quem é Nague? - disse. - Sou eu Nague. O grande deus Brama pôs a sua marca em toda a nossa gente quando a primeira cobra estendeu o capela para resguardar Brama do sol, enquanto ele dormia. Olha e teme!
Dilatou o capela mais do que nunca, e Ríqui-Tíqui viu-lhe na parte posterior a marca de lunetas que parece mesmo a parte do olho de um colchete. Teve medo durante um minuto, mas é impossível a um mangusto estar assustado durante qualquer período de tempo, e, embora Ríqui-Tíqui nunca tivesse encontrado uma cobra viva, a mãe tinha-o alimentado de cobras mortas, e sabia que um mangusto crescido não tinha na vida outra obrigação que não fosse matar e comer cobras.