A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 5: A AVENTURA DOS PLANOS BRUCE-PARTINGTON Pág. 100 / 210

- Aqui há material, há campo para investigação - disse. - Parece impossível como não vi desde logo todas as possibilidades.

- Pois eu continuo às escuras.

- Eu também, relativamente ao fim, mas tenho uma ideia que talvez nos leve longe. O homem encontrou a morte noutro lado e o seu corpo vinha no tejadilho de uma carruagem.

- No tejadilho?

- Curioso, não é? Mas repare bem nos factos. Será coincidência o ter sido encontrado exactamente no ponto onde o comboio se inclina e balança na curva, junto às agulhas? Não será um local onde se esperaria que caísse um objecto que estivesse no tejadilho? As agulhas não afectariam qualquer objecto no interior do comboio. Ou o corpo caiu do tejadilho ou ocorreu urna singular coincidência. Vejamos agora a questão do sangue. Claro que não haveria sangue na linha se o corpo tivesse sangrado noutro sítio. Cada facto é em si próprio sugestivo. Juntos possuem uma força cumulativa.

- E o bilhete, também!

- Claro. Não podíamos explicar a ausência do bilhete. Isto explicá-la-ia. Tudo bate certo.

- Mesmo assim, continuamos tão longe como antes da solução do mistério. Como morreu o homem? As coisas não se tornaram mais simples; tornaram-se foi mais estranhas.

- Talvez - disse Holmes, pensativo -, talvez.

E caiu numa meditação silenciosa que durou até o lento comboio entrar finalmente na estação de Woolwich. Holmes chamou um trem e tirou do bolso o papel de Mycroft.

- Temos umas visitas a fazer esta tarde - disse. - Primeiro Sir James Walter.

A casa do famoso oficial era uma magnífica residência com relvados que se estendiam até ao Tamisa. Quando chegámos o nevoeiro levantava e o sol aguado e tímido brilhava através dele.





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