A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 5: A AVENTURA DOS PLANOS BRUCE-PARTINGTON Pág. 102 / 210

Pensemos agora nos Cadogan West.

Uma casa pequena, mas bem tratada, nos arredores de Woolwich, abrigava a dorida mãe. A velha senhora encontrava-se também perturbada de mais pelo desgosto para nos auxiliar, mas a seu lado estava também uma mulher nova e pálida, que se apresentou como Miss Violet Westbury, noiva do morto e a última pessoa a tê-lo visto com vida na noite fata1.

- Não sou capaz de explicar o sucedido, Mr. Holmes - disse ela. - Não tenho dormido desde a tragédia, a pensar, a pensar, a pensar, noite e dia, em qual o verdadeiro significado que isto pode ter. Arthur era o homem mais honesto, corajoso e patriótico do mundo. Preferiria cortar a mão direita a vender um segredo de Estado confiado à sua guarda. É absurdo, impossível para quem o conhecesse.

- Mas os factos, Miss Westbury?

- Sim, sim. Admito que não os sei explicar.

- Ele tinha dificuldades de dinheiro?

- Não. As suas necessidades eram muito simples e ganhava bem. Economizara umas centenas de libras e íamos casar no Ano Novo.

- Não apresentava sinais de excitação? Vamos Miss Westbury, seja absolutamente franca connosco.

Os olhos implacáveis do meu companheiro haviam detectado uma qualquer alteração no comportamento da jovem. Esta corou e hesitou.

- Sim - respondeu. - Pareceu-me que andava com alguma coisa na cabeça.

- Desde quando?

- Durante a última semana, mais ou menos. Andava pensativo e preocupado. Perguntei-lhe o que se passava. Admitiu que se passava qualquer coisa relacionada com o seu trabalho. «Não posso dizer-te o que é, nem mesmo a ti», respondeu-me. Não pude tirar-lhe mais nada.

Holmes assumiu uma expressão grave.

- Continue, Miss Westbury. Mesmo que isso signifique falar contra ele, continue.





Os capítulos deste livro