Fui também eu que evitei a morte, pelo niilista Klopman, do conde Von und Zu Crafenstein, irmão mais velho de sua mãe. Fui eu que...
Von Bork sentou-se, atónito.
- Só pode ser... ! - gaguejou.
- Nem mais - confirmou Holmes.
Vem Bork gemeu e deixou-se cair no sofá.
- E a maior parte desta informação chegou-me através de si! - exclamou. - Não vale nada! Que fiz eu? E a minha ruína para toda a vida!
- Sim, não o recomenda muito como homem de confiança respondeu Holmes. - Precisa de ser toda examinada e não terá muito tempo para o fazer. O seu almirante vai achar as novas armas muito maiores do que previa e os cruzadores talvez um nadinha mais rápidos.
Von Bork levou as mãos à garganta, desesperado.
- Existem muitos outros pormenores que a seu tempo, com certeza, serão revelados. Mas o senhor possui uma qualidade muito rara nos alemães, Mr. Von Bork: é um desportista e não me quererá mal quando compreender que, tendo derrotado tantas pessoas, se derrotou por fim a si próprio. No fim de contas, fez o melhor que pôde pelo seu país, como eu fiz pelo meu. Que haverá de mais natural. Além disso - acrescentou com simpatia, pousando a mão no ombro do homem abatido -, sempre é melhor do que tombar perante um inimigo ignóbil. Os papéis estão arrumados, Watson. Se me ajudar a conduzir o nosso prisioneiro, penso que podemos partir imediatamente para Londres.
Não foi fácil transportar Von Bork, pois tratava-se de um homem forte e desesperado. Por fim, cada qual agarrando um braço, os dois amigos arrastaram-no muito devagar pelo jardim que ele, poucas horas antes, atravessara tão confiante ao receber os parabéns do famoso diplomata. Após uma última e breve tentativa de libertação, foi instalado no pequeno automóvel, sempre preso de pés e mãos.