A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 2: A AVENTURA DE WISTERIA LODGE Pág. 34 / 210

Como o mataram não sei, excepto que foi Murillo quem o assassinou, porque Lopez ficou a tomar conta de mim. Deve ter-se acoitado nos tojos que o caminho atravessa, serpenteando, e quando ele passou abateu-o. A princípio, tencionavam deixá-lo entrar em casa e matá-lo como a um ladrão apanhado em flagrante; depois, recearam que, envolvidos num inquérito, as suas identidades fossem publicamente reveladas, expondo-os, assim, a novos ataques. Com a morte de Garcia, a perseguição talvez cessasse, visto a morte poder assustar outros, fazendo-os desistir.

»Tudo lhes teria corrido de feição se eu não soubesse o que tinham feito, Tenho consciência de que a minha vida esteve, às vezes, por um fio. Confinaram-me ao meu quarto, aterrorizaram-me com as mais terríveis ameaças, procurando cruelmente quebrar a minha resistência, Veja este golpe no ombro e as pisaduras nos braços... Quando tentei gritar à janela, amordaçaram-me. Este horrível encarceramento prolongou-se por cinco dias e o alimento mal chegava para manter o corpo e a alma unidos. Esta tarde trouxeram-me uma boa refeição; porém, logo depois de eu a tomar, senti que fora drogada. Lembro-me como num sonho de ter sido conduzida, em parte pelo meu pé, para a carruagem; no mesmo estado me levaram para o comboio. Só então, estavam já as rodas prestes a mover-se, compreendi de súbito que a minha liberdade dependia de mim. Saltei para o exterior, eles tentaram puxar-me para dentro, e não fora o auxílio deste bom homem, que me conduziu ao trem, nunca teria fugido. Agora, graças a Deus, estou para sempre livre do poder deles!

Ouvimos todos com a maior atenção este notável, depoimento. Foi Holmes quem quebrou o silêncio,

- Ainda temos dificuldades a vencer - disse, abanando a cabeça.





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