A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 2: A AVENTURA DE WISTERIA LODGE Pág. 33 / 210

Fizemos uma tentativa em Paris mas falhámos. Despistámos rapidamente os perseguidores através da Europa e regressámos finalmente a esta casa que ele habitara ao chegar pela primeira vez a Inglaterra.

» Também aqui, porém, os sacerdotes da justiça o aguardavam. Sabedores de que ele voltaria, Garcia, que é filho do antigo grande dignitário de San Pedro, esperava-o com dois companheiros de confiança, de origem humilde, os três animados da mesma sede de vingança. De dia pouco podia fazer, porque Murillo tomava todas as precauções e nunca saía sem o seu cão de fila, Lucas, ou Lopez, como era conhecido nos tempos de mando. À noite, contudo, dormia sozinho e o vingador tinha possibilidade de o surpreender. Numa certa noite, escolhida de antemão, enviei aos meus amigos as instruções finais, pois o homem estava sempre em guarda e mudava sistematicamente de quarto. Competia-me velar por que as portas estivessem abertas. Uma luz branca ou verde numa das janelas que davam para o caminho indicaria que tudo corria conforme o previsto ou que era preferível adiar a tentativa.

» Tudo, porém, correu mal. Não sei como, levantei suspeitas em Lopez, o secretário. Seguiu-me sorrateiramente e saltou sobre mim estava eu a acabar o bilhete. Ele e o amo arrastaram-me até ao meu quarto e julgaram-me como traidora confessa. Ter-me-iam espetado logo as suas facas se vissem maneira de fugir às consequências do assassínio. Após longa discussão, concluíram que matarem-me era demasiado perigoso. Mas resolveram eliminar Garcia. Amordaçaram-me e Murillo torceu-me o braço até eu lhe dar a morada. Juro que o deixaria partir-me o braço se soubesse que sorte estava reservada a Garcia. Lopez endereçou o bilhete que eu escrevera, lacrou-o com o botão de punho e mandou-o pelo criado, José.





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