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- Compreendo. Antes de entrarmos propriamente na questão que o traz ca, gostaria, no entanto, de saber por que não veio logo.
-Não vim logo?
Holmes olhou o relógio.
- São duas e um quarto. O seu telegrama foi expedido cerca da uma hora. Todavia, quem olhar para o seu aspecto e atentar nos seus modos, concluirá que está perturbado desde o momento em que se levantou da cama.
- O nosso cliente passou a mão pelos cabelos e pela cara, que não barbeara.
- Tem razão, Mr. Holmes. Tive já cabeça para me preocupar com o meu aspecto! Eu queria era sair daquela casa o mais depressa possível! Mas antes de vir aqui andei a fazer umas perguntas. Fui à agência, não é, e disseram-me que a renda de Mr. Garcia estava paga, que tudo estava em ordem em Wisteria Lodge.
- Então, sir, então - disse Holmes, rindo. - O senhor é aqui como o meu amigo Dr. Watson, que tem o péssimo hábito de contar histórias do fim para o princípio. Ordene, por favor, as ideias e relate-me cronológica e rigorosamente os acontecimentos que o levaram, assim despenteado e por barbear, tão bem calçado e com o colete mal abotoado, e procurar conselho e ajuda.
O nosso cliente baixou os olhos, examinando com expressão lastimosa o seu aspecto desalinhado,
- Admito que não esteja de maneira nenhuma apresentável, Mr. Holmes. Nunca tal me aconteceu em dias da minha vida! Mas vou contar-lhe toda a estranha história e tenho a certeza de que, depois, o senhor me desculpará.
A narrativa morreu, porém, à nascença. Houve uma agitação no exterior e Mrs. Hudson abriu a porta a dois robustos indivíduos pertencentes, bem se via pelo aspecto, à autoridade. Um deles conhecíamo-lo bem; era o inspector Gregson, da Scotland Yard, homem dinâmico, corajoso e, dentro das suas limitações, um polícia capaz.