A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 4: A AVENTURA DO CÍRCULO VERMELHO Pág. 68 / 210

- Bem, teremos de esperar por mais algumas informações.

No fim de contas, a senhora não tem de que se queixar. Recebeu o aluguer e o inquilino não é perturbador, embora seja bastante estranho. Paga-lhe bem, e se prefere viver escondido isso não é da conta da senhora. Não temos qualquer desculpa para invadir a sua privacidade enquanto não houver motivos para suspeitar de que se esconde por uma razão condenável. Tomei conta do caso e não o abandonarei. Avise-me se algo de novo acontecer e conte com a minha ajuda se vier a ser necessária.

Após a saída da mulher, Holmes observou:

- Há, sem dúvida, alguns pontos de interesse neste caso, Watson. Pode, é claro, ser trivial: um caso de excentricidade; mas também pode ser muito mais complicado do que parece. A primeira coisa que me vem à ideia é a possibilidade óbvia de a pessoa que ocupa os aposentos não ser a mesma que os alugou.

- Por que pensa isso?

- Além da ponta de cigarro, não é curioso que o homem, da única vez que saiu, o tenha feito logo após ter alugado o quarto? Regressou (ou alguém regressou) quando não havia testemunhas. Não temos a menor prova de que a pessoa que entrou foi a mesma que saiu. Por outro lado, o homem que alugou o quarto falava bem inglês; este outro, porém, escreve «fósforo» em vez de «fósforos». Presumo que a palavra foi extraída de um dicionário, que dá os substantivos no singular. O estilo lacónico pode ser para ocultar o desconhecimento do inglês. Sim, Watson, temos boas razões para suspeitar de que houve uma substituição de hóspedes.

- Mas com que objectivo?

- Aí reside o nosso problema. Existe outra linha óbvia de investigação. - Tirou o grande livro no qual, dia a dia, arquivava os pequenos anúncios dos vários jornais londrinos.





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