E assim foi: de manhã, encontrei o meu amigo de pé no tapete do fogão, de costas para o lume, com um sorriso de satisfação total.
- Que me diz a isto, Watson? - exclamou, pegando no jornal de cima da mesa. - «Casa vermelha alta com enfeites de pedra. Terceiro andar. Segunda janela da esquerda. Depois do escurecer. G.» Isto já é qualquer coisa, é definido. Penso que depois do pequeno-almoço devemos fazer um reconhecimento da zona onde mora Mrs. Warren. Ah, Mrs. Warren! Que notícias nos traz esta manhã?
A nossa cliente irrompera subitamente na sala com uma energia explosiva que anunciava novidades de monta.
- Isto é um caso de polícia, Mr. Holmes! Não posso tolerar mais esta situação! Ele vai ter de sair com a bagagem. Já teria subido a dizer-lhe isto sem mais aquelas se não tivesse achado que o senhor tinha pelo menos direito a que eu lhe pedisse opinião. Mas perdi de todo a paciência e quando as coisas já vão ao ponto de baterem no meu marido...
-Bateram no seu marido?
-Bem, maltrataram-no e não foi pouco!
- Mas quem o maltratou?
- Ah, isso queríamos nós saber! Foi esta manhã, sir. Mr. Warren é apontador na Morton and Waylight's, em Tottenham Cóurt Road. Tem de sair de casa antes das sete. Pois esta manhã, não tinha dado ainda dez passos na rua, aparecem-lhe por trás dois homens, lançam-lhe um casaco pela cabeça e metem-no à força num trem que esperava junto ao passeio. Ao fim de uma hora de viagem, abriram aporta e jogaram-no fora. Mr. Warren caiu tão assustado que nem sabe o que foi feito do trem. Quando se recompôs, verificou que se encontrava em Hampstead Heath e tomou um carro para casa.