»O resto meus senhores, já o sabem. Tínhamos a certeza de que os nossos inimigos nos perseguiriam como se fossem a nossa sombra. Gorgiano possuía razões particulares de vingança e não ignorávamos como era bruto, astuto e incansável. A Itália e a América estão cheias de histórias dos seus temíveis poderes. Se alguma vez os exercesse, seria agora. O meu querido aproveitou os poucos dias de alívio que a nossa fuga proporcionava para me arranjar um refúgio de maneira que nenhum perigo imaginável pudesse atingir-me. Quanto a ele, pretendia ter a certeza de poder comunicar à vontade com as policias americana e italiana. Eu própria ignorava onde Gennaro vivia e como. Só sabia dele pelos pequenos anúncios do jornal. Mas de uma vez que olhei pela janela vi dois italianos espiando a casa e compreendi que de algum modo Gorgiano descobrira o nosso refúgio. Por fim Gennaro disse-me, através de um Jornal, que me faria sinal de uma determinada janela: os sinais não passavam de avisos e foram subitamente interrompidos. Logo vi que ele sabia que Gorgiano apertava o cerco e que (graças a Deus!) estava preparado para o receber. E agora, meus senhores, pergunto-lhes se teremos a temer alguma coisa da justiça ou se haverá algum Juiz no mundo que possa condenar o meu Gennaro pelo seu acto.
- Bem, Mr. Gregson - disse o americano, olhando o detective da Scotland Yard - não sei qual será o ponto de vista britânico, mas em Nova Iorque o marido desta senhora mereceria gratidão generalizada.
- Ela terá de vir comigo à presença do chefe - respondeu Gregson. - Se o que nos disse for confirmado, não creio que ela ou o marido tenham muito a recear. Mas o que não sou capaz de entender, Mr. Holmes, é como diabo o senhor se envolveu nisto.
