A Última Aventura de Sherlock Holmes - Cap. 5: A AVENTURA DOS PLANOS BRUCE-PARTINGTON Pág. 92 / 210

.. Woolwich... papéis do Arsenal... irmão Mycroft. A cadeia está completa. Mas ai vem ele se me não engano, para nos esclarecer.

Um momento depois, a alta e imponente figura de Mycroft Holmes era introduzida na sala. Forte e pesadona, a figura sugeria uma rude inércia física, mas sobre os seus contornos desajeitados brilhava empoleirada uma cabeça tão impressionante nos sobrolhos, tão viva nos fundos olhos cinzentos de aço, tão firme nos lábios tão subtil na expressão que, após o primeiro olhar, uma pessoa esquecia o corpo bruto e só o espírito contava.

Com ele vinha o nosso velho amigo Lestrade, da Scotland Yard - magro e austero. A gravidade dos seus rostos anunciava questão séria. O detective apertou-nos a mão em silêncio.

Mycroft Holmes desembaraçou-se do sobretudo e deixou-se cair numa poltrona.

- Um problema muito aborrecido, Sherlock - disse. - Detesto ao máximo alterar os meus hábitos, porém a situação não consentia resistências. Dado o que se passa actualmente no Sião é absurdo que eu não me encontre no gabinete, mas a crise é de facto, grave e nunca vi o primeiro-ministro tão perturbado, Quanto ao Almirantado... fervilha como um cortiço virado do avesso. Leste as notícias?

- Acabamos de o fazer. Que papéis eram esses?

- É aí que reside todo o problema! Felizmente não transpirou nada. Se transpirasse, a Imprensa nunca mais se calava. Os papéis que esse infeliz rapaz tinha consigo eram os planos do submarino Bruce-Partington.

Mycroft Holmes falara com solenidade bem sugestiva da importância que atribuía à questão. O irmão e eu fitámo-lo expectantes.

- Devem ter ouvido falar. Pensava que toda a gente soubesse.

- Só de nome.

- Tudo o que eu posso dizer acerca da sua importância será pouco.





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