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Capítulo 2: Capítulo 2

Página 21
Estiquei a cabeça e enterrei os dedos na barriga da perna dela. A experiência foi bem sucedida para além de todas as expectativas. Ela ficou paralisada durante alguns momentos, a olhar para a minha cabeça. Depois, com um guincho, libertou-se e saiu da sala a correr. Eu segui-a com a intenção de lhe dar algumas explicações, mas ela voou para a rua, e alguns minutos depois consegui captá-la nos meus binóculos a andar muito rapidamente para sudoeste. Conto-vos a piada pelo que ela vale. Atiro-a para os vossos cérebros e vou esperar que germine. E ilustrativa? Trouxe-vos algo à ideia? Que pensa dela, Lorde John?

Lorde John abanou a cabeça com gravidade.

- Se não se refrear, um destes dias vai arranjar grandes problemas - disse ele.

- Talvez tenha alguma observação a fazer, Summerlee?

- Devia abandonar todos os trabalhos imediatamente, Challenger, e passar três meses numas termas na Alemanha - disse ele.

- Profundo! Profundo! - exclamou Challenger. - Agora, meu jovem amigo, será possível que a sabedoria venha de si quando os mais velhos falharam tão flagrantemente?

E veio. Digo-o com toda a modéstia, mas veio. Claro que tudo parece bastante óbvio para aqueles que sabem o que aconteceu, mas não foi tão claro quando tudo era novidade. Porém, ocorreu-me inesperadamente, com a força plena da convicção absoluta.

- Veneno! - exclamei.

Depois, no preciso momento em que disse a palavra, a minha mente repassou todas as experiências daquela manhã, reviu Lorde John e o seu búfalo, reviu as minhas próprias lágrimas histéricas, reviu a conduta aviltante do professor Summerlee, os acontecimentos estranhos em Londres, a briga no parque, a condução do motorista, a discussão na loja de oxigénio. De repente, tudo se encaixou no seu lugar.

- É claro - exclamei eu de novo. - É veneno. Estamos todos envenenados.

- Exactamente - declarou Challenger, a esfregar as mãos-, estamos todos envenenados. O nosso planeta nadou para a cintura de veneno de éter, e está agora a voar mais profundamente nela à média de alguns milhões de quilómetros por minuto. O nosso jovem amigo expressou a causa de todos os nossos problemas e perplexidades numa única palavra, «Veneno».

Olhámos uns para os outros, num silêncio abismado. Nenhum comentário parecia adequar-se à situação.

- Existe uma inibição mental através da qual esses sintomas podem ser verificados e controlados - disse Challenger. - Não posso esperar encontrá-la desenvolvida em todos vós na medida que se desenvolveu em mim, pois suponho que a força dos nossos diferentes processos mentais tem alguma influência proporcional em cada um de nós. Mas sem dúvida que é apreciável até no nosso jovem amigo aqui presente.

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Capa do livro O Dia em que o Mundo Acabou
Páginas: 72
Página atual: 21

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 18
Capítulo 3 31
Capítulo 4 44
Capítulo 5 53
Capítulo 6 65