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Capítulo 3: Capítulo 3

Página 31

A câmara que estava destinada a ser o cenário da nossa experiência inesquecível era uma sala de estar encantadoramente feminina com cerca de três ou quatro metros quadrados. Ao fundo, separado por uma cortina de veludo encarnado, situava-se um pequeno aposento que era o quarto de vestir do professor. Este, por sua vez, abria-se para um grande quarto de dormir. A cortina ainda estava corrida, mas a salinha íntima e o quarto de vestir funcionariam como uma câmara para os objectivos da nossa experiência. Uma porta e o caixilho da janela tinham sido forrados com papel envernizado, para ficarem praticamente selados. Por cima da outra porta, que se abria para o patamar, encontrava-se uma ventoinha que poderia ser accionada através de um cordão quando alguma ventilação se tornasse absolutamente necessária. Em cada um dos cantos havia um grande arbusto dentro de um balde.

- Como livrarmo-nos do nosso dióxido de carbono em excesso sem desperdício indevido é uma questão delicada e vital - disse Challenger, olhando à sua volta para localizar os cinco tubos de ferro que se encontravam lado a lado, encostados à parede. - Com mais tempo de preparação eu teria podido canalizar mais toda a força concentrada da minha inteligência neste problema, mas, assim sendo, temos de fazer o que pudermos. Os arbustos poderão prestar-nos um pequeno serviço. Dois dos tubos de oxigénio estão prontos para serem ligados sem demora, para não sermos apanhados de surpresa. Ao mesmo tempo, seria bom não nos afastarmos deste aposento, pois a crise pode ser súbita e urgente.

Havia uma janela larga e baixa que se abria para uma varanda. A paisagem que se avistava dali era a mesma que já tínhamos admirado do estúdio. Ao olhar para o exterior, não vi qualquer sinal de desordem em lado nenhum. Havia uma estrada que serpenteava desde a encosta da colina, sob os meus próprios olhos. Uma carruagem de aluguer da estação, uma daquelas sobreviventes pré-históricas que já só se encontram nas nossas aldeias de província, subia lentamente a encosta. Mais em baixo via-se uma ama a empurrar um carrinho de bebé e com uma segunda criança pela mão. As colunas azuis de fumo das casas davam àquela vasta paisagem um aspecto de ordem e de agradável conforto. Em lado nenhum no céu azul ou na terra iluminada pelo sol havia o presságio de uma catástrofe. Os agricultores estavam uma vez mais de regresso aos campos e os jogadores de golfe, aos pares e em grupos de quatro, continuavam a percorrer o campo. Na minha cabeça havia um turbilhão tão estranho, e os meus nervos em franja estavam tão abalados, que a indiferença daquelas pessoas era surpreendente.

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Capa do livro O Dia em que o Mundo Acabou
Páginas: 72
Página atual: 31

 
   
 
   
Os capítulos deste livro:
Capítulo 1 1
Capítulo 2 18
Capítulo 3 31
Capítulo 4 44
Capítulo 5 53
Capítulo 6 65