O Sinal dos Quatro - Cap. 2: 2 - A Exposição do Caso Pág. 12 / 133

- Exponha o seu caso - disse entusiasticamente.

Senti que a minha presença era embaraçosa.

- Vão, certamente, desculpar-me... - disse, levantando-me da cadeira.

Fiquei surpreendido quando a jovem ergueu a mão enluvada para me deter.

- Se o seu amigo - disse ela - fizesse o favor de ficar prestar-me-ia um grande serviço.

Voltei a sentar-me.

- Em poucas palavras - prosseguiu -, são estes os factos. O meu pai era oficial num regimento indiano, e, quando a minha mãe morreu, mandou-me para Inglaterra. Não tinha aqui família, mas fui colocada num bom colégio interno, em Edimburgo, e aí fiquei até aos dezassete anos de idade. Em 1878, o meu pai, que era capitão do seu regimento, teve um ano de licença e voltou. Telegrafou de Londres a dizer que chegara bem e para eu ir ter com ele sem demora, dando como endereço o Langham Hotel. Lembro-me que, na sua mensagem, expressava muito amor e carinho. Ao chegar a Londres fui ao Langham, e informaram-me que o capitão Morstan estava lá hospedado, mas que saíra na noite anterior e não voltara. Esperei todo o dia sem ter notícias dele. Nessa noite, a conselho do gerente do hotel, comuniquei com a polícia. No dia seguinte, colocamos anúncios em todos os jornais. As nossas diligências não deram qualquer resultado; e desde esse dia que nada se sabe acerca do meu infeliz pai. Voltara com o coração cheio de esperança em encontrar alguma paz, algum conforto, e afinal…

- A data? - perguntou Holmes, abrindo o bloco de notas.

- Desapareceu no dia 3 de Dezembro de 1878, aproximadamente há dez anos.

- E a bagagem?

- Ficou no hotel. Não havia lá nada que sugerisse uma explicação. Apenas algumas roupas, alguns livros e um considerável número de curiosidades provenientes das ilhas Andamão.





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