A Harpa do Crente - Cap. 9: A VITÓRIA E A PIEDADE Pág. 96 / 117

A VITÓRIA E A PIEDADE

I

Eu nunca fiz soar meus pobres cantos

Nos paços dos senhores!

Eu jamais consagrei hino mentido

Da Terra aos opressores.

Mal haja o trovador que vai sentar-se

À porta do abastado,

O qual com ouro paga a própria infâmia,

Louvor que foi comprado.

Desonra àquele, que ao poder e ao ouro

Prostitui o alaúde!

Deus à poesia deu por alvo a pátria,

Deu a glória e a virtude.

Feliz ou infeliz, triste ou contente,

Livre o poeta seja,

E em hino isento a inspiração transforme

Que na sua alma adeja.

II

No despontar da vida, do infortúnio

Murchou-me o sopro ardente;

E saudades curti em longes terras

Da minha terra ausente.

O solo do desterro, ai, quanto ingrato

É para o foragido,

Enevoado o céu, árido o prado,

O





Os capítulos deste livro