rio adormecido!
E lá chorei, na idade da esperança,
Da Pátria a dura sorte:
Esta alma encaneceu; e antes de tempo
Ergueu hinos à morte:
Que a morte é para o mísero risonha,
Santa da campa a imagem...
Ali é que se aferra o porto amigo,
Depois de árdua viagem.
III
Mas quando o pranto me sulcava as faces,
Pranto de atroz saudade,
Deus escutou do vagabundo as preces,
Dele teve piedade.
«Armas!», bradaram no desterro os fortes,
Como bradar de um só:
Erguem-se, voam, cingem ferros; cinge-os
Indissolúvel nó.
Com seus irmãos as sacrossantas juras,
Beijando a cruz da espada,
Repetiu o poeta: «Eia, partamos!
Ao mar!» Partia a armada
Pelas ondas azuis correndo afoutos,
As praias demandamos
Do velho Portugal, e o balção negro
Da guerra despregámos;
De guerra em que era infâmia o ser piedoso,
Nobreza o ser cruel,
E em que o golpe mortal descia envolto
Das maldições no fel.