Vilaça fora consultado sobre a localidade própria para o laboratório; e o procurador, muito lisonjeado, jurou uma diligência incansável. Primeira coisa a saber, o nosso doutor tencionava fazer clínica?...
Carlos não decidira fazer exclusivamente clínica: mas desejava decerto dar consultas, mesmo gratuitas, como caridade e como pratica. Então Vilaça sugeriu que o consultório estivesse separado do laboratório.
- E a minha razão é esta: a vista de aparelhos, máquinas, coisas, faz esmorecer os doentes...
- Tem você razão, Vilaça! exclamou Afonso. Já meu pai dizia: poupe-se ao boi a vista do malho.
- Separados, separados, meu senhor, afirmou o procurador num tom profundo.
Carlos concordou. E Vilaça bem depressa descobriu, para o laboratório, um antigo armazém, vasto e retirado, ao fundo de um pátio, junto ao largo das Necessidades.
- E o consultório, meu senhor, não é aqui, nem acolá; é no Rocio, ali em pleno Rocio!
Esta ideia do Vilaça não era desinteressada. Grande entusiasta da Fusão, membro do Centro progressista, Vilaça Júnior aspirava a ser vereador da câmara, e mesmo em dias de satisfação superior (como quando o seu aniversario natalício vinha anunciado no Ilustrado, ou quando no Centro citava com aplauso a Bélgica) parecia-lhe que tantas aptidões mereciam do seu partido uma cadeira em S. Bento.