O apelo da floresta - Cap. 6: Capítulo 6 Pág. 81 / 99

O trenó oscilava e estremecia, prestes a vencer a inércia. Uma das paras escorregou-lhe e um homem soltou um gemido. Nisto, o trenó guinou para diante no que parecia ser uma sucessão rápida de solavancos, embora na realidade nunca chegasse a parar de todo... um centímetro... dois centímetros... os solavancos diminuíam agora perceptivelmente; e, à medida que o trenó ganhava velocidade, foi-os dominando, até deslizar com estabilidade.

Os homens, ofegantes, respiravam de novo, inconscientes de que, por um momento, tinham deixado de o fazer. Thornton corria atrás, encorajando Buck com palavras breves e animadoras A distancia fora marcada, e, à medida que o cão se aproximava da pilha de lenha que assinalava o fim dos cem metros, começou a crescer uma ovação, que culminou num berro quando ele passou a meta, e, à ordem de parar, estacou Estavam todos loucos de entusiasmo, inclusive Mathewson. Voavam chapéus e luvas. Corriam os apertos de mão, não importava a quem, e espalhara-se um alarido geral de incoerente babel.

Thornton, entretanto, caíra de joelhos junto de Buck. Cabeça contra cabeça, abanava-o para trás e para a frente. Os que se tinham precipitado sobre ele ouviram-no segredar-lhe pragas, pragas longas e veementes, suaves e carinhosas.

— Caramba, homem! Caramba, homem! — tartamudeava o «rei» de Skookum Benches. — Dou-lhe mil dólares por ele, homem, mil, homem — mil e duzentos, homem!

Thornton pôs-se de pé. As lágrimas marejavam-lhe os olhos. Corriam-lhe agora uma atrás da outra pela cara abaixo.

— Homem — disse, voltando-se para o «rei» de Skookum Benches. — Não, homem. Vá para o diabo homem. É tudo o que posso fazer por si.

Buck agarrou com os dentes a mão de Thornton. Thornton abanou-o para trás e para a frente. Como que animados de um impulso comum, os que assistiam à cena recuaram para uma distancia respeitável; não cometeriam segunda vez a indiscrição de os interromper.





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