—Hem? Que dizia eu? Falei ou não verdade quando disse que Buck valia por dois demónios?!
Foram estas as palavras de François, na manha seguinte, ao dar pelo desaparecimento de Spitz e ao deparar-se-lhe Buck coberto de feridas. Arrastou-o para junto da fogueira e, à luz, pôs-se a examiná-las.
— Aquele Spitz era infernal a lutar — disse Perrault, lançando a vista sobre os golpes e rasgões gigantes.
— E Buck é mais infernal ainda — foi a resposta de François. — E agora vamos finalmente ter sossego. Acabou-se Spitz e acabaram-se os sarilhos, vai ver.
Enquanto Perrault guardava o equipamento e carregava o trenó, François foi atrelar os cães. Buck imediatamente dirigiu-se para o lugar anteriormente ocupado por Spitz como guia da ma~lha, mas François, que não reparara nele, já para ai se encaminhara com Sol-leks pela trela. Em seu entender, era Sol-leks o cão mais indicado para tomar aquele lugar. Enfurecido, Buck atirou-se a Sol-leks, e, empurrando-o, ocupou o lugar.
— Eh! Eh! — gritou François, dando palmadas na coxa em ar de divertimento. — Olhem-me para este! Lá porque matou Spitz, pensa que o lugar dele lhe é devido. Vá! Fora daqui! — gritou.
Mas Buck recusou-se a dar um passo. François agarrou Buck pelo cachaço e, apesar de o cão rosnar ameaçadoramente afastou-o para o lado e tornou a pôr Sol-leks no lugar.
O velho cão não estava a gostar nada daquilo e deu claramente a entender que unha medo de Buck. François teimava, mas, mal voltava as costas, Buck tomava a amar Sol-leks, que, por seu lado, não queria outra coisa.