O homem de preto adiantou-se, pegou numa das cordas e atou uma à outra as mãos da dama. Ela tinha-as apresentado com submissão. Depois ele agarrou-a com rudeza pelo ombro e conduziu-a para junto do cavalo de madeira, que lhe chegava um pouco acima da cintura. Içou-a para cima dele, estendeu-a de costas; ela contemplava o tecto. O sacerdote, muito trémulo, correu para fora da sala. Os lábios da dama mexiam-se rapidamente; eu não ouvia nada, mas sabia que orava. As suas pernas pendiam de cada lado do cavalo; apercebi-me de que os ajudantes de gibão justo tinham atado os tornozelos e ligado as extremidades das cordas a anéis de ferro incrustados nas lajes do sobrado.
Perante estes sinistros preparativos, o meu coração desfaleceu. Fascinado, porém, pelo horror, não podia desviar os olhos daquele quadro vivo. Tinha entrado um homem, que trazia um balde de água em cada mão. Um segundo entrou por sua vez, com um terceiro balde. Pousaram os baldes ao lado do cavalo de madeira. O segundo tinha trazido igualmente uma bacia de madeira com um cabo direito.