A Harpa do Crente - Cap. 1: A SEMANA SANTA Pág. 2 / 117

Entendimento

Bronco, lançado em século fundido

Na servidão de gozo ataviada,

Creio que Deus é Deus e os homens livres!

II

Oh, sim! — rude amador de antigos sonhos,

Irei pedir aos túmulos dos velhos

Religioso entusiasmo, e canto novo

Hei-de tecer, que os homens do futuro

Entenderão; um canto escarnecido

Pelos filhos dest’época mesquinha,

Em que vim peregrino a ver o mundo,

E chegar a meu termo, e reclinar-me

À branda sombra de cipreste amigo.

III

Passa o vento os do pórtico da igreja

Esculpidos umbrais: correndo as naves

Sussurrou, sussurrou entre as colunas

De gótico lavor: no órgão do coro

Veio, enfim, murmurar e esvaecer-se.

IV

Mas porque soa o vento? Está deserto,

Silencioso ainda o sacro templo:

Nenhuma voz humana ainda recorda

Os hinos do Senhor.





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