A Harpa do Crente - Cap. 6: A TEMPESTADE Pág. 76 / 117

A TEMPESTADE

Sibila o vento: os torreões de nuvens

Pesam nos densos ares:

Ruge ao largo a procela, e encurva as ondas

Pela extensão dos mares:

A imensa vaga ao longe vem correndo,

Em seu terror envolta;

E, dentre as sombras, rápidas centelhas

A tempestade solta.

Do Sol no ocaso um raio derradeiro,

Que, apenas fulge, morre,

Escapa à nuvem, que, apressada e espessa,

Para apagá-lo corre.

Tal nos afaga em sonhos a esperança,

Ao despontar do dia,

Mas, no acordar, lá vem a consciência

Dizer que ela mentia!

As ondas negro-azuis se conglobaram;

Serras tornadas são,

Contra as quais outras serras, que se arqueiam,

Bater, partir-se vão.

Ó tempestade! Eu te saúdo, ó nume,

Da natureza açoite!

Tu guias os bulcões, do mar princesa,

E é teu vestido





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