A Harpa do Crente - Cap. 6: A TEMPESTADE Pág. 77 / 117

a noite!

Quando pelos pinhais, entre o granizo,

Ao sussurrar das ramas,

Vibrando sustos, pavorosa ruges

E assolação derramas,

Quem porfiar contigo, então, ousara

De glória e poderio;

Tu que fazes gemer pendido o cedro,

Turbar-se o claro rio?

Quem me dera ser tu, por balouçar-me

Das nuvens nos castelos,

E ver dos ferros meus, enfim, quebrados

Os rebatidos elos.

Eu rodeara, então, o globo inteiro;

Eu sublevara as águas;

Eu dos volcões com raios acendera

Amortecidas fráguas;

Do robusto carvalho e sobro antigo

Acurvaria as frontes;

Com furacões, os areais da Líbia

Converteria em montes;

Pelo fulgor da Lua, lá do Norte

No Pólo me assentara

E vira prolongar-se o gelo eterno,

Que o tempo amontoara.

Ali, eu solitário, eu rei da morte,

Erguera





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